É noite no dia.
A escuridão estende-se e lá fora cheira à flor de medo
- aflitos, pungentes, trágicosTodos.
Como fugir ao mínimo objeto e aos passos e a dor no escuro
- indiferentes.O embrulho é tão frio.
Sonhos de muletas.
Tempo de espera, maus poemas, crimes suaves.
Desejos que se refugiam e desaparecem na curva do tempo.
Em vão
- tudo.
O sentido quer apenas explodir.
É só o abismo de cada dia – vivo, pequenino, calado.
Abrace as coisas sem reduzi-las.
É hora de compaixão.
Renata Gonçalves
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