Nos manuais sobre liderança, estratégia e gestão, um
dos pontos mais lidos e relidos diz respeito às habilidades interpessoais, que,
por sua vez, trata a comunicação, senão como o principal pilar, um dos fundamentais.
No âmbito empresarial, parece que finalmente quem se enquadra no que se
convencionou como algo do tipo “comunicação é terra de ninguém” está com os
dias contados.
Vedete da vez, a comunicação extrapolou seu próprio
fim, ou seja, tornar algo comum a muitos – do latim “communicatio de communis”.
Hoje, ela representa um mundo surpreendente de possibilidades. Se ainda há
dúvida, atente-se para o fato de que foram produzidos cinco hexabytes de
conteúdo em 2002, a mesma quantidade gerada entre 25.000 a.C. e 2.000 d.C.. Inacreditável,
não?
Comunicação é tudo? Talvez seja quase. É algo fácil? Longe
disso, afinal, pressupõe-se que comunicar constitui-se de forma a ir além da
ação da fala. Palavras contextualizadas, tom e velocidade adequados, atenção
com quem está recebendo a mensagem, e linguagem corporal convincente sinalizam
para uma comunicação bem-sucedida, mas ainda assim pode não ser o suficiente.
O cenário corporativo globalizado, que traduz bem as
mudanças cada vez mais aceleradas do mundo, tem nos mostrado que a boa
comunicação pode ser uma arma infalível para a tecnologia que avança, a
interação entre diferentes gerações, os modelos de negócios que se diversificam,
e para os muitos tipos de líderes que se proliferam – tudo, claro, veloz
demais.
Sabe-se que manuais de boas práticas são incapazes de
garantir o sucesso de uma comunicação. No entanto, se existe uma ação que possa
minimizar as chances de fracasso, essa certamente atende-se pelo nome de
planejamento. Pode parecer inacreditável, mas planejar a informação com base no
interlocutor da mensagem, com o apelo correto e por meio dos canais adequados ainda
não é a prática mais recorrente. Por várias razões, entre as quais, pelo fato
de que essa ação demanda tempo e conhecimento, exige processos e
responsabilidades bem definidos, e porque necessita do comprometimento da alta
gestão.
Ainda que seguida a cartilha tal qual mande o
figurino, a comunicação, por existir a partir da interação com o outro, continua a nos pregar
peças. Aliás, não depende somente da forma como a mensagem foi transmitida, sua
compreensão tem de ser vista como fundamental. O que parece óbvio para um
interlocutor, para outro pode estar longe de ser.
Apesar de mudanças tão profundas na forma de se
comunicar, sobretudo em função do surgimento das redes sociais, falar,
divulgar, atrair, fidelizar e inspirar, isso continua sendo segredo para
muitos. Em grande parte, porque há de se ter coerência, empatia e generosidade,
características pessoais desejadas desde o tempo em que iniciamos a compreensão
do mundo, por acaso, milhares de anos antes da criação da Internet.
Renata Gonçalves
Renata,perfeito este texto. Comunicar realmente é tudo em nossa vida. Parabéns pelo excelente trabalho. Abraços. João Luiz.
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